quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Dilema

Mais uma vez
aqui
sem saber o que amanhã virá
o que será
o fim do dia que agora nasce
sem pretensões de grande alarido
apenas calmo
apenas contido
porque a hora passa depressa
como rio em tempos ancestrais
galgando margens
espalhando vendavais
levantando rochas
arrancando árvores
extinguindo vida
para gerar mais

Ansiedade
desassossego pessoano
de calcorrear passos sem fim
ai de mim
que tão triste estou
por não saber ser feliz
nesta levada de horas por dormir
nesta estrada de sonhos por cumprir
nesta incerteza de ao menos fingir

Maria de Jesus Cepeda