Era verão, quente, como convém.
Tarde de calor inclemente e ela sentada,
acabrunhada, no meio do caminho, no meio do pó, corpo só.
Um estalido de ramos secos a partirem-se,
um assobio feliz, trauteando alegre canção.
Som de cascos cadenciados no chão,
pela tarde, quente, de verão.
Nada perturbou a pacatez do momento.
Ela, sentada, acabrunhada, corpo pó...
Ele, feliz, descansado, cavalgando,
alegre melodia assobiada ao vento.
Pequena espiral de pó ergue-se do meio do caminho,
revoluteando piruetas...
Mais vale assim, pequenas, inocentes e reviretas,
que não enormes assassinas destruidoras,
dessas que lá pelos "Esteites" levam tudo pelo ar...
até a vontade de brincar
e chove porque Deus não chora.
Maria Videira (Mara Cepeda)
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