domingo, 9 de fevereiro de 2014

Margens

Pontes são passagens.
Não se avistam as margens.

Corpos imperfeitos
Cruzam jardins
Onde abundam flores inférteis
De cores baças, cabelos de erva
Apanhados nas margens,
Limbos negros sem remédio.

Suspenso em areias débeis
Pequeno corpo de anjo terrestre
E ponte aparece como por encanto
Em halos de luz,
Arco-íris de lágrimas,
Sol dourando o pranto.

Faz a passagem
Sem cordas na margem.


Maria Videira (Mara Cepeda)

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