As folhas, verdes ainda, cobriam o chão profusamente.
Pisava-as com gosto,
confesso.
Brincava com elas, aos pontapés,
e voejavam, como se pequenas
borboletas fossem.
O sol outonal brilhava esplêndido, glorioso,
depois
de uma noite bem chovida, triste, serena até.
Apetecia dançar como uma
qualquer infantil fada
de asas azuis e transparentes,
varinha de condão
a semear magia.
Que ânsia de ser livre tenho!
Calco a meus pés as
folhas que continuam a cair,
lenta, mas persistentemente, naturalmente,
já
que é outono.
Fecho os olhos.
São horas de voltar à normalidade do meu
dia.
As folhas continuam iguais porque são folhas
apenas diferindo nas
suas cores.
São velhas já, mas tanto faz...
Maria Videira (Mara Cepeda)
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