O
teu mundo emancipa-se.
A
tua alma tristemente alegre,
Vai
e vem como quem passa
E
a praia estende-se pelo infinito
No
teu não querer querendo.
A
libertação do teu mundo,
Transcorre
sem contratempos
E
o rio que corre vai sozinho
Levando
nele os tormentos
De
pedra em pedra,
Gorgolejando
segredos.
Sabes
que não és mais do que nada
Peregrino
em solitária estrada
Em
busca de um caminho
Que
já não podes percorrer sozinho.
Parte
dele serás, porventura,
Passarinho
novo a saltar do ninho.
Estendes
a mão sem esperança
Alargas
o olhar em busca de nada
Anseias
tocar a doce alvorada
Que,
teimosamente, ainda tarda.
És
gota de orvalho
Levemente
pousada.
Maria Videira (Mara Cepeda)