terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O pôr-do-sol diz que não

                                    Os homens desconfiam.

 

De esguelha

Na esquina

Esgazeiam o olhar

Que anseia

Menina,

Por te ver passar.

 

O amor é quase uma prisão.

 

Vivem

Enclausurados 

na mais alta torre

De imaginários cárceres 

Castelos medievais.

 

Escavam fossos de proteção.

 

A ferrugem dilacera

A engrenagem

que moribunda

e austera

é disfuncional.

 

O coração ensombrece.

 

A paz

lentamente

escurece.

Os ninhos

descem dos telhados,

Pelas paredes,

quase chão.

 

O pôr-do-sol diz que não.

 

 
Em Bragança, Portugal
Maria Videira (Mara Cepeda)

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