segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mar sem maresia

Dor humana,
Inconsciente dor.
Vegeta somente
Uma vida sem cor.

Na impossibilidade
De viver sem ideais
Há vazios
De acabar,
De preencher.

No vácuo que existe
Tão triste,
Vivem o negro,
Duro viver,
As toutinegras
Que não tentam ser.

Podem mover-se
Fingindo marés
Em prisão contida
Sem riso nem vida.
Vegetam somente
A pedir guarida.

Sem voz,
Na garganta enclausurada,
Rumorejam,
Não sabendo porque
A tristeza sobeja.

As coisas acontecem
Ohar sem ver
Olhar para mim
Apenas olhar
Tristeza sem fim.

Sem direitos seus,
Olhos vendados
É preciso ver sempre
Na mesma direcção.
Olhar prá frente
Para trás é que não!

É perder o norte
Sonhar ilusão.
Pressentir outras vidas
Aspirar vagos perfumes
De deusas iguais.

Ter nos teus braços
Sabores irreais.
Ser quem se é
Tentar até
Que a vida sorria
Fingindo, talvez,
Mar sem maresia.

Maria Videira

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