quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

É ser quem se é

Dor inconsciente,
vegeta somente
uma vida sem cor.

Viver sem sonhos
preencher vazios
no vácuo que existe
é triste

Vive o negro,
duro viver
as toutinegras
que não tentam ser.

Movem-se
fingindo marés
em prisão contida
sem riso nem vida.

Vegeta somente
a pedir guarida.

Sem voz,
na garganta
enclausurada,
rumoreja,
não sabendo porque

As coisas acontecem
E olhar sem ver
é olhar para mim
e apenas olhar
o mesmo olhar assim.

Sem direitos seus,
de olhos vendados
para evitar dispersão
é preciso ver sempre
na mesma direcção.

Olhar para o lado,
perder o norte,
sonhar ilusão
pressentir outras vidas
aspirar vagos perfumes
de deusas iguais.
é ter nos teus braços
sabores irreais.

É ser quem se é
e tentar até
que a vida sorria
aquilo que não é.

Maria Videira (Mara Cepeda)

Sem comentários:

Enviar um comentário